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O HOMEM (SUA NATUREZA E CONDIÇÃO ORIGINAL)

TEXTO ÁUREO: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gênesis 1.27)

LEITURA BÍBLICA: SALMO 8

INTRODUÇÃO

Tão importante quanto o conhecimento de Deus é aquilo que as Escrituras Sagradas ensinam sobre o próprio homem: sua origem e natureza, bem como sua condição antes e depois da Queda. Sem este conhecimento, não podemos entender como se dá nossa relação com Deus, quais são nossas capacidades e limitações, e qual o nosso lugar nos desígnios divinos. Veremos que, de fato, é a partir do que a Bíblia revela a respeito do homem e da sua relação com Deus que ela desenvolve todas as demais doutrinas, como a do pecado, da salvação, da manifestação e obra de Cristo, do Espírito Santo e da Igreja, etc.

I – A ORIGEM DO HOMEM E SUA NATUREZA

  1. SUA CRIAÇÃO. Como todos os outros seres viventes, o homem também deve sua origem e existência ao Deus Todo poderoso. Formado ao término do sexto dia, ele é a obra conclusiva daquele período da criação de todas as coisas, no qual “os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados” (Gn 2.1). O relato das origens nos informa que Deus criou tanto o homem como a mulher (Gn 1.27), detalhando ainda que primeiro veio o homem e, depois, Deus formou, a partir dele, a mulher (Gn 2.7, 20-22). Tal como os outros animais, criados para se reproduzirem “segundo a sua espécie”, a este primeiro casal também foi dado o poder e a ordem para frutificar e se multiplicar, assim enchendo a terra com a sua prole (Gn 1.28). Deste modo, embora seja encontrada pela face da terra dividida nas mais diferentes etnias, línguas, cores e culturas, toda a humanidade remonta sua origem a um só antepassado comum (Gn 9.1, 18-19; 10.32; Dt 32.8).
  2. SUA NATUREZA. Não encontramos nas Escrituras nenhuma informação que diferencie a composição do ser humano da de outros seres viventes, mas sim que ele foi formado a partir da terra – ou, mais propriamente, do pó da terra – assim como os animais (Gn 2.7, 19); e, que foi animado pelo fôlego, sopro ou espírito de vida, proveniente de Deus, e que também está presente nos animais (cf. Ec 3.19-21; Gn 6.17; 7.21-22). Assim, o homem tornou-se uma alma vivente, como os outros (Gn 1.20, 24), pois desfruta de vida que não lhe é própria, mas derivada ou doada por Deus (Ec 12.1-7). A isto, contudo, devemos acrescentar que, há sim uma diferença notável entre o homem e os animais, não na sua composição, mas no modo da sua subsistência, pois ele é dotado de faculdades inalienáveis, tais como vontade, intelecto e emoções, as quais compõem o seu caráter, que o individualiza entre os seus semelhantes. É a parte imaterial e invisível do seu ser, indissociável da parte material, isto é, do homem enquanto alma ou ser vivente, pois é somente através do corpo animado pelo espírito que tais faculdades podem ser exercidas (Ec 9.5-6; Sl 146.3-4). Em outras palavras, o homem é um ser indivisível, o exterior e o interior estando entremeados de tal forma que somente Deus é capaz de distinguir uma coisa da outra (Hb 4.12).

II – O PROPÓSITO DE DEUS PARA O HOMEM

  1. SUA PREEMINÊNCIA SOBRE A CRIAÇÃO. Assim como todas as coisas foram criadas segundo o sábio conselho de Deus, e cooperam juntamente para a execução do Seu grandioso propósito, o plano de Deus para o homem recebe especial destaque nas Escrituras, pela citação expressa da resolução divina ao propor sua criação: “Façamos o homem...” (Gn 1.26). Isto quer dizer que, em todas as obras anteriores pelas quais o mundo fora criado, moldado e adornado, Deus tinha em vista o Seu propósito especial para o homem, como o mais importante dos seres que habitariam a terra, como aquele que faria melhor e mais completo uso dos seus recursos e que exerceria um justo e bondoso domínio, em nome do seu Criador, sobre as demais criaturas viventes (Gn 1.28-29; 2.4-8, 15, 19-20; Sl 115.16).

 

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Lições da Escola Bíblica Dominical                                                                             3º Trimestre de 2025

  1. CRIADO À IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS. Também lança muita luz sobre o lugar do homem nos planos divinos o fato de que ele é a único ser criado à imagem e semelhança de Deus – o que é lembrado mesmo após a queda (Gn 5.1; 9.6). Esta imagem e semelhança significa não apenas que o homem foi criado originalmente reto, isto é, em harmonia com a justiça, santidade, bondade e amor de Deus (Ec 7.29); mas que ele foi de tal modo projetado que, mesmo após a queda, seus sentidos e faculdades únicas – isto é, tudo aquilo que o distingue dos animais – tendem a essa retidão como o objetivo da sua existência, impelindo-o a buscar, conhecer e amar ao seu Criador como a fonte dessa perfeição (At 17.26-27; Ml 2.15-16; Jo 4.23).
  2. CRISTO JESUS, A CABEÇA DO NOVO HOMEM. Assim como outros aspectos da doutrina bíblica sobre o homem, o propósito da existência humana só pode ser plenamente compreendido à luz do propósito maior de Deus revelado em Cristo Jesus. De fato, as Escrituras traçam um paralelo entre Adão, o primeiro homem, e Cristo, chamado o segundo homem, ou o último Adão. Assim como o primeiro é pai da humanidade, a qual dele herdou apenas sua natureza mortal e corruptível; o segundo é a cabeça de uma nova humanidade – aqueles que creem – a qual dele recebe gratuitamente uma vida incorruptível e gloriosa (1 Co 15.21-22, 4548). Por isso, enquanto o propósito de Deus para o homem é prenunciado em Adão, mas a humanidade não o alcança enquanto identificada com a vida do velho homem, cujos vícios sufocam ou tomam o lugar da imagem de Deus original; em Cristo esse propósito é realizado, alcançando-o aqueles que se identificam com Ele pela fé, pois a Sua virtude e graça são comunicadas em verdade, justiça e santidade, e neles a imagem de Deus é recuperada e aperfeiçoada (Ef 4.21-24; Cl 3.8-11).

III – A CONDIÇÃO DO HOMEM ANTES DA QUEDA

  1. SUA FELICIDADE. As condições em que o homem fora criado e estabelecido por Deus eram totalmente favoráveis à sua perfeita felicidade. Sua habitação era um jardim plantado pelo próprio Deus no Éden, onde Adão podia desfrutar de todo o tipo de beleza natural e de uma variedade de árvores frutíferas para sua satisfação (Gn 2.8-9). Sua ocupação era lavrar e cuidar do que Deus já havia preparado (v. 15). Para cumprir o mandato divino de frutificar e dominar a terra, foi presenteado com uma companheira, a qual lhe completava e o assistia (vv. 22-24). E tudo isto sob a tutela e na comunhão direta com Deus. Por último, a árvore da vida no meio do jardim era um sinal claro do interesse e da boa vontade do Criador em tornar perpétua para eles aquela felicidade (v. 9).
  2. SUA INOCÊNCIA E SIMPLICIDADE. É certo que o primeiro casal não partilhava de qualquer senso de culpa, malícia ou inclinação pelo mal antes de terem pecado. Foram criados retos e a eles se estende a declaração de Deus de que tudo quanto havia sido criado era “muito bom” (Gn 1.31), ou seja, adequado para o Seu santo propósito. Por outro lado, as Escrituras sugerem certa simplicidade de entendimento no primeiro casal, que não lhes permitiu valorizar o bem de que desfrutavam e rejeitar o mal, quando este lhes foi apresentado desde fora, pelo diabo. Isto será assunto da próxima lição, mas, de momento, queremos apenas destacar que, embora sem culpa, Adão e Eva não eram perfeitos em entendimento (Gn 2.25).
  3. SUA PROVA. Se todas as ordens de Deus até aqui são mais propriamente determinações sobre a condição natural do ser humano, não envolvendo um juízo e decisão moral, o mandamento: “De toda a árvore do jardim comerás livremente ... mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás” (Gn 2.16-17), encerra a possibilidade de transgressão, e esta implica em sanção. Por aqui fica evidente que o homem ainda estava sob prova de fidelidade ou obediência, podendo ser aprovado ou reprovado. E a firme obediência a este mandamento dependia exatamente daquilo que lhes faltava: discernimento do bem e do mal (2 Co 11.3).

CONCLUSÃO                                                                                    

Ao contrário das filosofias humanistas, a doutrina bíblica sobre o homem não o exalta por algo que ele possua ou faça de si mesmo. Deus revela que somos uma peça importante no arcabouço dos Seus decretos, e que a nossa felicidade está em reconhecer aqu’Ele que nos criou, bem como a bondade, o amor e a misericórdia com que fomos honrados por Ele no Seu grandioso propósito.

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