A hermenêutica
Tanto a hermenêutica quando a exegese são duas disciplinas fundamentais para o sucesso da homilética. Sem o auxílio de uma boa interpretação do texto e dos fatos históricos desse mesmo texto, o uso da homilética seria incerto. As três matérias andam juntas. Se o pregador utilizar as três, aliadas à comunhão com Deus, o sucesso será garantido.
A hermenêutica (interpretação textual) estuda a explicação do texto na época em que foi escrito. A homilética depende automaticamente da hermenêutica, pois a pregação da Palavra de Deus se canoniza intrinsecamente com o documento textual, a Bíblia. A interpretação correta da Bíblia é fundamental para uma boa pregação. Se a homilética é o dom de falar em público, o estudo da hermenêutica proporciona ao pregador o conhecimento sobre o tema que pretende desenvolver.
A homilética sem a hermenêutica torna-se obsoleta.
A exegese
A arte de pregar depende da exegese.
A homilética ganha teor quando o orador se apóia no uso da hermenêutica e adquire a definição correta com auxilio da exegese.
O objetivo da exegese é tornar os fatos de uma mensagem transparentes, coerentes, e isso de forma cronológica, desenvolvendo a estética e elaborando argumentos e definições sem nenhum erro.
A exegese oferece ao orador inúmeras alternativas para expor suas idéias. Muitas vezes, a hermenêutica e a exegese se misturam, embora as duas matérias tenham funções diferentes.
A exegese apóia-se nas interpretações feitas pela hermenêutica, enquanto a homilética expõe os atributos da hermenêutica.
A homilética recebe o conhecimento que o pregador conquistou por intermédio da hermenêutica que, por sua vez, toma estilo próprio quando aplicada à exegese. Eis aí as diferentes funções que a hermenêutica e a exegese possuem.
Em síntese, a hermenêutica busca o estudo, a análise da interpretação correta dos originais. A exegese busca dar forma a este estudo, a esta análise, para que a mensagem seja transmitida com veracidade. Um exímio hermeneuta pode não ser um bom exegeta. Um exemplo bem simples no meio acadêmico é o caso de brilhantes professores que dominam a matéria, mas não sabem transmiti-la.
O texto e contexto
O texto é a plataforma principal da qual o pregador tira sua mensagem. A literatura classificou o texto como um conjunto de signos gráficos que, juntos, dão sentido às palavras e idéias. Assim, o texto é tudo aquilo que é escrito. O texto pode ser uma palavra, uma oração, não importando seu tamanho: pequeno ou grande.
O contexto possui outra atribuição. Ele pode ser anterior ou ser lógica imediata ou longínqua. Tudo depende da posição e localização do texto. O contexto possui várias possibilidades de ser interpretado: formas interna (em volta do texto examinado) ou externa (longe dele). Neste cenário, podemos atribuir que o contexto pode ter dimensões históricas, sociais, psicológicas e culturais.
Isto deixa claro que a Bíblia é o texto, a nossa carta magna. Tudo o que se encontra à sua volta é história, literatura, lingüística, antropologia, arqueologia, geografia, filosofia... e equivale ao seu contexto. O livro-texto do pregador é a Palavra de Deus, o que não quer dizer que o pregador deve ser um homem de único livro, mas que a Bíblia é a base, o alicerce do pregador.
Fonte ICP
Pastor Muller