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A universalidade do pecado
A universalidade do pecado

A universalidade do pecado

 

Conforme já vimos, o pecado foi um ato livre do casal Adão e Eva. No entanto, o pecado não ficou restrito somente a estes, mas estendeu-se a toda a raça humana. Sendo assim, toda a raça humana passa a ser pecadora por natureza e o pecado não é uma privação desta, mas antes uma tendência natural.

 

Culpa herdada

 

No Antigo Testamento

O único ser cuja natureza humana não se mostrou corruptível desde o seu nascimento foi o Senhor Jesus Cristo. Vemos isso em Hebreus 7.26: “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus”. Quando Deus resolveu destruir a raça humana através do grande dilúvio, nos dias de Noé, já o fez devido ao pecado do homem. Por causa da pecaminosidade do ser humano, a Bíblia diz que “... arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração” (Gn 6.6). Entretanto, mesmo após o Dilúvio, quando os homens maus tinham sido mortos pela águas, a Bíblia diz que o homem prosseguiu em sua pecaminosidade: “...porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice” (Gn 8.21). O rei Davi ao reconhecer o seu pecado perante o Senhor exclamou: “E não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente” (Sl 143.2). O texto de Isaías 53.6 nos dá uma visão aclarada do universalismo do pecado: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre ele (Jesus) a iniqüidade de nós todos”.

 

No Novo Testamento

Em Romanos 3.23 está dito que todos pecaram: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. Quando Adão pecou ao desobedecer a Deus, este considerou que toda a raça humana também pecou conforme: “E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação” (Rm 5.16), e mais: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Assim, quando do pecado de Adão no jardim do Éden, ele representava toda a raça humana. Logo, de fato a culpa de Adão nos pertence. Pelo fato do pecado de Adão ser imputado a nós, o chamamos de “culpa original”. Chamamos assim porque Adão foi quem pecou, mas Deus imputou o pecado ao ser humano em geral (sua descendência), que não pecou originalmente, no entanto, recebeu a culpa do pecado. Mas porque Deus consideraria culpado alguém que não pecou? Isso não seria injustiça de sua parte?

Neste caso temos de analisar o seguinte:

 

  • Não temos como negar que mesmo que não tivéssemos a culpa do pecado de Adão, pecamos querendo ou não, independentemente.

 

  • Deus nos considera culpados de pecado e pecadores, da mesma forma que Adão. Não é porque foi Adão quem pecou que estamos isentos da culpa, pois para Deus não há diferença.

 

  • Não seria injusto também receber a justificação por intermédio de Cristo se não aceitarmos ser representados por Adão, no caso do pecado? Ou seja, se somos representados por Adão, pela sua pecaminosidade, somos também representados em Cristo, pela remissão dos pecados: “Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos” (Rm 5.19). Esta sublime equivalência destrói qualquer concepção de injustiça inferida dentro desta questão!

 

Herança pecaminosa

A conseqüência do pecado de Adão é que herdamos uma natureza pecaminosa, que é também chamada de “depravação total”. Isto não significa que todos os que não são cristãos vivem uma vida imoral, mas que cada um é pecador e deve se conscientizar acerca disso, pois o apóstolo Paulo falando dos gentios afirmou que estes ainda “... que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os” (Rm 2.14,15).

Esta natureza pecaminosa é também conhecida como “pecado original”. Estamos, humanamente comentando, sempre dispostos a pecar, principalmente antes de sermos cristãos, segundo o que Paulo disse aos efésios: “... todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” (Ef 2.3). Não obstante, isto não quer dizer que não temos como resistir ao pecado, pois em 1Coríntios 10.13 está claro que “... fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar”. Isto é possível até mesmo, e ainda, desde a infância, pois o apóstolo nos aconselha a criar os nossos filhos “... na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4).

Novamente, o apóstolo nos fornece uma visão aclarada desta herança corruptiva do pecado, referindo-se a uma verdade individualmente reconhecida nele: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem” (Rm 7.18).

 

O livre arbítrio

De fato temos muitas razões para não escolhermos o pecado. O homem tem capacidade para raciocinar antes de cometer um delito contra Deus. Não somos máquinas previamente destinadas para fazer o mal ou o bem, sem nenhuma responsabilidade. Quando as pessoas decidem o que fazer, estão utilizando a liberdade. No entanto, por mais que resistam em escolher a retidão, devem ter em mente o seguinte:

 

  • Pode ser que alguém escolha pecar por não saber e nem entender que somos totalmente pecadores, isto é, o nosso: intelecto, as emoções, os desejos, o coração nos enganam, a ponto de pensarmos que somos bons. Sabedor da natureza humana, Deus revelou ao profeta Jeremias que: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jr 17.9). Isto quer dizer que por melhores que sejam, os indivíduos não são bons no sentido espiritual para com Deus, não têm um relacionamento de comunhão com o Senhor. A influência deles na sociedade não os isenta, se caso não reconhecerem a obra de Cristo, a estarem “... entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração” (Ef 4.18).Toda a nossa natureza precisa de Deus –

 

  • Obviamente isto se dá nas pessoas que não têm interesse em se relacionar com Deus, pois a Bíblia diz que “... os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm 8.8). A Nova Era, a Ioga, a Meditação Transcendental e tantas outras “manias” pregam que o ser humano deve pensar ser ele justo e bom, e que através de algumas técnicas pode se “encontrar” ao se relacionar com um Ser Cósmico. Contrariando isso, Isaías disse: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam” (Is 64.6).A incapacidade humana de agradar a Deus –

 

A palavra de Deus diz aos Hebreus 3.7,8: “Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz”, não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto”. O ser humano pode se arrepender e desejar ter fé em Deus, através da atuação poderosa do Espírito Santo.


Faculdade ICP


Pastor Muller

 

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