A história de Davi como rei começou ainda antes de ele assumir o trono de Israel. Primeiramente ele tornou-se rei da tribo de Judá em Hebrom (2 Samuel 2-4). Esse local ficava aproximadamente 50 quilômetros de Jerusalém, e passou a ser sua capital.
Como rei em Hebrom, Davi fez importantes alianças estratégicas. Aos poucos ele começou a conquistar as principais lideranças de Israel. Com isso, ele contornou a indisposição com muitos daqueles que apoiavam a casa de Saul. Davi ficou em Hebrom durante sete anos e meio.
Davi se tornou rei sobre as doze tribos de Israel após a morte de Isbosete, filho de Saul. Isbosete havia sido proclamado rei por alguns apoiadores de seu pai. Um deles foi o antigo capitão de Saul, Abner, que também acabou sendo morto. Davi assumiu o trono de Israel ainda em Hebrom, porém pouco depois transferiu sua capital para Jerusalém (2 Samuel 3-5).
Dessa forma, o rei Davi se tornou o primeiro a governar Israel como um império unificado. Mesmo com a divisão que ocorreu após a morte de seu filho, o rei Salomão, a dinastia da casa de Davi durou aproximadamente 425 anos.
Já em Jerusalém, o rei Davi construiu seu palácio no Monte Sião, após conquistar a região dos jebuseus (2 Samuel 5:6-9). Além dessa, ele também construiu várias outras construções importantes. O rei Davi também centralizou a adoração a Deus em Jerusalém, colocando a Arca da Aliança na capital do império, e desejava construir um Templo ao Senhor, porém essa tarefa Deus não lhe permitiu executar, ficando a cargo posteriormente de seu filho, Salomão.
O rei Davi também estabeleceu um poderoso exército profissional. Ele conquistou vitórias lendárias contra os edomitas, filisteus, cananeus, moabitas, amonitas, arameus e amalequitas. O rei Davi edificou estradas e fortaleceu rotas comerciais. Suas ações trouxeram grande prosperidade ao povo de Israel.
O rei Davi teve ao longo de sua vida muitas esposas e concubinas, com as quais ele foi pai de muitos filhos. Os filhos mais conhecidos de Davi na narrativa bíblica foram: Absalão, Adonias, Amom, Salomão e Tamar, sua filha.
Se o reinado a frente de Israel era próspero e exemplar, o mesmo não pode ser dito de sua vida familiar. A família do rei Davi sempre esteve cercada de conspirações, intrigas, rivalidades e tragédias.
Um exemplo claro disso são os episódios envolvendo Absalão, que matou Amom por ter violentado Tamar. Depois ele próprio acabou sendo morto por Joabe, sobrinho do rei Davi, por traição. O rei Davi conseguiu unir doze tribos, mas não conseguiu unir os próprios filhos.
Foi no período de grande prosperidade do reino de Israel que Davi experimentou seu tombo mais amargo, onde conspirou adulterou com Bete-Seba e conspirou a morte de Urias, esposo da mulher.
O rei Davi foi duramente repreendido pelo profeta Natan, expondo um pecado que até então parecia que ficaria encoberto. Davi casou-se com Bate-Seba, se arrependeu profundamente, Deus o perdoou, mas não deixou de castigar o seu pecado (2 Samuel 12). Da união entre Bate-Seba e Davi nasceu seu herdeiro no trono de Israel, o rei Salomão.
As consequências do pecado de Davi puderam ser vistas claramente na sequencia da história de Israel. Certamente esse pecado descrito nas Escrituras é um alerta para cada um de nós, pois o caráter santo e justo de Deus não tolera esse tipo de coisa.
O rei Davi estava longe de ser um homem perfeito, porém ele era uma pessoa sincera, fiel e leal aos seus amigos. Mas, principalmente, Davi era sensível à voz de Deus.
O rei Davi era alguém que tinha seu coração completamente inclinado a Deus. Ele sabia de sua condição humana limitada diante um Deus Todo-Poderoso. Dessa forma, ele era verdadeiro em se arrepender e buscar o favor divino.
O rei Davi é descrito como “o doce salmista de Israel” (2 Samuel 23:1). O Antigo Testamento faz inúmeras referências a Davi como tendo sido um tipo de líder da adoração musical de Israel. Ele também foi um inventor de instrumentos musicais e um habilidoso compositor (Neemias 12:24-46; Amós 6:5).
De todos os salmos registrados na Bíblia, 73 deles em seus títulos atribuem sua autoria a Davi. Alguns alguns deles são identificados como sendo salmos messiânicos. Na verdade o próprio Jesus atribui a autoria de um desses salmos a Davi (Levítico 20:42).
O rei Davi é citado inúmeras vezes não apenas no Antigo Testamento, mas também no Novo Testamento. A menção mais importante sobre sua pessoa é como sendo um ancestral segundo a carne de nosso Senhor Jesus (Romanos 1:3). Ele é citado com destaque na genealogia de Jesus nos Evangelhos.
Ao todo, existem pelo menos 58 referências ao rei Davi no Novo Testamento. Entre elas, está incluso o título frequentemente utilizado para se referir a Jesus como “Filho de Davi”. No livro do Apocalipse, o apóstolo João registrou as seguintes palavras ditas pelo próprio Jesus: “Eu sou a raiz e a geração de Davi” (Apocalipse 22:16).
Uma das descrições mais conhecidas sobre quem foi Davi está registrada no livro de Atos dos Apóstolos. Nela, lemos que o rei Davi era um homem “segundo o coração de Deus” (Atos 13:22).
Pr.Muller