Batismo nas águas significa uma cerimônia em que se usa água e por meio da qual uma pessoa se torna membro de uma igreja cristã.
O Batismo nas águas significa mergulhar ou imergir.
Tais palavras podem significar um rito religioso, ritual de limpeza.
No Novo Testamento, se tornou o rito de iniciação na comunidade cristã e era interpretado como morte e nascimento em Cristo.
O batismo nas águas é sinal de arrependimento e perdão (Atos 2:38) e união com Cristo (Gálatas 3:26-27), tanto em sua morte como em sua ressurreição (Romanos 6:3-5).
O Batismo nas águas é o anúncio público de uma experiência pessoal. É um ato cristão de obediência e um testemunho público do desejo do crente de se identificar com Cristo e segui-lo.
Jesus nos deu seu exemplo e ordenou o ensino sobre o batismo águas. João Batista batizou Jesus no Rio Jordão, deixando-nos o exemplo para fazer o mesmo como uma afirmação pública da nossa fé.
Da mesma forma, Jesus mandou que seus discípulos batizassem outros crentes (Mateus 28:19).
O batismo nas águas é, portanto, um símbolo da morte, sepultamento e ressurreição de Cristo. É uma visão externa da mudança interna de uma pessoa. O crente abandona a velha maneira de viver em troca de uma nova vida em Cristo. É símbolo de salvação e não um requisito para a vida eterna.
Entretanto, como um ato de obediência, o salvo opta por se batizar. O batismo nas águas indica nosso desejo de dizer à nossa igreja e ao mundo que estamos comprometidos com a pessoa de Jesus e seus ensinamentos.
João, o Batista, pregava o “batismo de arrependimento para o perdão dos pecados” (Lucas 3:3). Todos os evangelistas concordam sobre isso (Mateus 3:6-10; Marcos 1:4-5; Lucas 3:3-14).
Portanto, reconhecemos o batismo nas águas como símbolo do nosso redirecionamento na vida. Nós nos arrependemos de nossa velha maneira de viver em pecado e desobediência. Mudamos a rota e damos uma nova partida. Mas as origens do batismo de João são difíceis de traçar.
Possui semelhanças e diferenças em relação a obrigações e exigências feitas pelos judeus aos pagãos novos convertidos, tais como o estudo da Torá, circuncisão e o ritual do banho para expiar todas as impurezas do passado gentio.
A prática do batismo nas águas de João tinha os seguintes resultados:
1. Era intimamente relacionado com arrependimento radical, não somente dos judeus, mas também dos gentios.
2. Indicava claramente ser preparado para o Messias, que batizaria com o Espírito Santo e traria o batismo de fogo (Mateus 3:11).
3. Simbolizava purificação moral e assim preparava as pessoas para a vinda do reino de Deus (Mateus 3:2; Lucas 3:7-14).
A despeito da óbvia conexão entre o cerimonial de João e a igreja primitiva, o batismo nas águas realmente desapareceu do ministério direto de Jesus.
De início, Jesus permitiu que seus discípulos continuassem o ritual (João 3:22), porém mais tarde aparentemente ele descontinuou essa prática (João 4:1-3), provavelmente pelas seguintes razões:
A mensagem de João era funcional, enquanto a de Jesus era pessoal.
João antecipou a vinda do reino de Deus, enquanto Jesus anunciou que o Reino já havia chegado.
O rito de João era uma passagem intermediária até o ministério de Jesus.
O batismo nas águas de Jesus marcou o início de seu ministério.
Alguns estudiosos discutem o fato de João Batista, ter batizado Jesus. Entretanto, o propósito e significado do batismo de Jesus permanecem controversos.
João Batista proclamava que o reino dos céus estava próximo e o que o povo de Deus deveria se preparar para a chegada do Senhor através da renovação da fé em Deus.
Para João, isso significava arrependimento, confissão de pecados e prática do bem. Assim sendo, por que Jesus foi batizado nas águas?
Se Jesus não era pecador, como o Novo Testamento proclama (2 Coríntios 5:21; Hebreus 4:15; I Pedro 2:22), por que se submeteu ao batismo de arrependimento para perdão dos pecados?
Vamos ver então o que os Evangelhos dizem sobre isso.
Mateus dá mais detalhes sobre o batismo de Jesus nas águas do que Marcos.
Começa destacando a relutância de João Batista em batizar Jesus (Mateus 3:14), persuadido somente depois da explicação:
“Deixa por enquanto, porque assim nos convém cumprir toda a justiça.” (Mateus 3:15).
Embora o significado pleno dessas palavras seja impreciso, elas pelo menos sugerem que o batismo de Jesus nas águas era necessário para cumprir a vontade de Deus.
Tanto no Antigo como no Novo Testamento (Salmo 98:2-3; Romanos 1:17) a justiça de Deus é vista como a salvação Dele para o Seu povo.
Por isso o Messias é “O Senhor é nossa justiça” (Jeremias 23:6, Isaías 11:1-5).
Jesus disse a João Batista que seu batismo era necessário para fazer a vontade de Deus em trazer a salvação sobre seu povo.
Assim a declaração do Pai no batismo de Jesus nas águas é publicamente.
Enfatizava que Jesus era o servo ungido de Deus pronto para iniciar seu ministério, trazendo a salvação do Senhor.
Marcos apresenta o batismo de Jesus nas águas como uma preparação necessária para seu período de tentação e ministério.
Em seu batismo Jesus recebeu a aprovação do Pai e a unção do Espírito Santo (Marcos 1:9-11).
A ênfase de Marcos na relação especial de Jesus com o Pai, “Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo”(Marcos 1:11), aproxima duas importantes referências do Antigo Testamento.
Jesus é apresentado de uma maneira totalmente nova: o Messias reinante (Salmo 2:7) é também o Servo… (Isaías 42:1).
A crença popular judaica esperava um Messias reinante que estabeleceria o reino de Deus, não um Messias que sofreria pelo povo.
No pensamento dos judeus a chegada do reino dos céus estava também associada com ouvir a voz de Deus e com a dádiva do Espírito de Deus.
Lucas menciona rapidamente o batismo de Jesus nas águas, colocando-o em paralelo ao batismo de outros que se referiram a João Batista (Lucas 3:21-22).
Ao contrário de Mateus, Lucas coloca a genealogia de Jesus depois de seu batismo e antes do início de seu ministério.
O paralelo com Moisés, cuja genealogia ocorre logo antes do início de seu trabalho (Êxodo 6:14-25), não é mera coincidência.
Provavelmente pretendeu-se ilustrar o papel de Jesus ao trazer livramento (salvação) ao povo de Deus assim como Moisés fez no Antigo Testamento.
Em seu batismo nas águas, na descida do Espírito Santo sobre si, Jesus estava apto a desempenhar a missão para a qual Deus o havia chamado.
Após ser tentado (Lucas 4:1-13), Jesus entra na sinagoga e declara ungido pelo Espírito para proclamar as boas novas (Lucas 4:16-21).
O Espírito se fez presente no Seu batismo nas águas para ungi-lo (Atos 10:37-38).
Em seu relato, Lucas identifica Jesus com as pessoas comuns.
Isso é visto na história (com Jesus nascido num estábulo e visitado por humildes pastores, Lucas 2: 8-20).
E através da genealogia (enfatizando a relação de Jesus com toda a humanidade, Lucas 3:38) logo depois do batismo.
Assim, Lucas via o batismo nas águas como o primeiro passo de Jesus para se identificar com aqueles que Ele veio salvar.
Somente alguém semelhante a nós poderia nos substituir para morrer pelos nossos pecados.
Evidentemente Lucas, bem como Marcos e Mateus, estava tentando mostrar que Jesus, como representante divino do povo, tinha se identificado com ele no batismo nas águas.
O Evangelho de João não diz que Jesus foi batizado, mas que João Batista viu o Espírito descendo sobre Ele (João 1:32-34).
O relato enfatiza que Jesus foi a João Batista durante seu ministério de pregação e batismo nas águas. João Batista reconheceu que Jesus era o Cristo, que o Espírito de Deus estava sobre Ele e que era o Filho de Deus.
João Batista também reconheceu que Jesus, batizava com o Espírito Santo, ao contrário de si mesmo (João 1: 29-36).
E João Batista descreveu Jesus como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29).
O paralelo do Antigo Testamento mais próximo desta afirmação se encontra na passagem do “servo do Senhor” (Isaías 53: 6-7).
É possível que “Cordeiro de Deus” seja uma tradução alternativa da expressão aramaica “servo de Deus”.
A ideia de Jesus como aquele que tira os pecados das pessoas é obviamente o foco desse Evangelho.
Seu escritor sugere que João Batista entendeu que Jesus era o representante prometido e salvador do povo.
Nos quatro Evangelhos está claro que o Espírito Santo veio sobre Jesus no seu batismo nas águas para capacitá-lo a fazer a obra de Deus.
Os quatro escritores reconheceram que Jesus foi ungido por Deus para cumprir sua missão de trazer salvação ao mundo. Essas ideias são a chave para o entendimento do batismo de Jesus nas águas.
Naquela ocasião no início de seu ministério, Deus ungiu Jesus com o Espírito Santo para ser o mediador entre Deus e o seu povo.
No seu batismo nas águas Jesus foi identificado como aquele que carregaria os pecados das pessoas. Jesus foi batizado para se identificar com o povo pecador. Da mesma forma, nós somos batizados para nos identificarmos com o ato de obediência de Jesus.
Marcos 1:9-11
E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo também Jesus batizado, orando ele, o céu se abriu; e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: “Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.”
Lucas 3:21-22
Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
Romanos 6:3-4
Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.
Gálatas 3:27-28
É bom deixar claro uma coisa, o batismo nas águas não salva ninguém, mas o salvo se batiza. Ou seja, apenas o ato de se batizar nas águas não tornará uma pessoa salva. Porém, uma vez salva, a pessoa reconhece a justiça de Deus e seu mandamento, e aí escolhe ser batizada.
Para ser ainda mais claro, não adianta se batizar nas águas se não se converte verdadeiramente de coração. Porque, devemos todos os dias estar renunciando nossas vontades.
Portanto, sigamos seu exemplo fazendo uma pública confissão do nosso comprometimento com a vontade de Deus. E seguimos cumprindo todos os dias com a justiça de Deus.
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